CARLOS NEJAR
- por ANTONIO MIRANDA
Extraído de
V Coletânea Viagem pela Escrita. Homenagem ao Acadêmico
- Carlos Nejar - Direção Jean Carlos Gomes. Volta Redonda, RJ:
Gráfica Drummond, 2019. 104 p.
Autor de uma obra vasta e variada, Luis Carlos Verzoni Nejar é reconhecido como o mais notável poeta gaúcho contemporâneo, membro da Academia Brasileira de Letras. Chegou a ser indicado para o Prêmio Nobel de Literatura 2017.
Cabe reconhecer que, apesar dos méritos, nenhum brasileira até hoje recebeu o máximo prêmio mundial da literatura mundial. O único escritor de língua portuguesa foi com a vantagem de ser europeu, ter seus romances traduzidos às línguas dos membros faladas pelo júri sueco.
O prefácio de Poesia reunida – amizade do mundo em dois volumes, pela Editora Novo Século (São Paulo, 2009) ressalta-o como "servo da Palavra". Alfredo Bosi revela que "a estrada real da linguagem poética de Nejar encontrou na metáfora o instrumento dúctil para exprimir com o máximo de concretude esse diálogo sempre recomeçado entre a transcendência e a imanência, o fora que se faz dentro, o objeto que se funde como sujeito."
Quem foi mais longe na sagração da poesia nejariana foi o poeta e crítico José Santiago Naud, na apresentação do livro Campeador e o vento (Porto Alegre, Livraria Sulina Editora, 1960). Destacando a "tradição lusíada" de Carlos Nejar, afirma que esta obra, chamada por um crítico de "Os Lusíadas" do gaúcho", apresentando "o ponto de transição entre a funda poesia subjetiva de Nejar e a vasta objetividade" do Poeta brasileiro que agora homenageamos. E diz mais: "Temos assim nesta obra um nítido desenvolver do individual ao coletivo, em que a noção de pessoa alcançada, reconhecendo o herói e indagando o tempo , vai desdobrar-se em ato e participação, configurando os destinos de toda uma comunidade."
Incluímos muitas imagens de capas e poemas de seus livros no Portal de Portal de Poesia Ibero-americana (www.antoniomiranda.com.br), alguns deles em coleções alternativas — como é o caso da Guararapes (PE), de difícil acesso, — sem deixar de destacar as de editoras nacionais com a Globo (em colaboração com o Instituto Nacional do Livro), a Melhoramentos, a José Olímpio, Ateliê Editorial, Novo Século, etc., além de algumas traduções ao espanhoil e italiano. Reconhecendo que os leitores de poesia, especialmente os bibliófilos, devem encontrar e disputar muitas outras edições de Carlos Nejar, que continua ativo e criativo.
Antônio Miranda
professor, crítico literário, poeta e escritor, teatrólogo e escultor.
|